terça-feira, 21 de junho de 2011

JORNAL "O DIOCESANO" ENTREVISTA DOM FRANCISCO BIASIN


“Dar a vida pelos irmãos!” Este é o lema do novo e sétimo bispo da Diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda, Dom Francisco Biasin, anunciado no dia 08 de junho pela Nunciatura Apostólica no Brasil.
Na primeira entrevista oficial ao O Diocesano, ele não arrisca comparar a realidade da Diocese de Pesqueira (PE), da qual foi transferido, com a da sua nova missão apostólica. “Estou ansioso para conhecer os diocesanos, mas jamais esquecerei de Pesqueira”, disse Dom Francisco, lembrando que foi consultado no dia 25 de maio, aceitou e procurou guardar o segredo pontifício.

O Diocesano: O que o senhor espera e pretende fazer na Diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda?
Dom Francisco: “Conheço Volta Redonda de encontros interdiocesanos no Centro Pastoral de Arrozal; fui recebido por Dom Waldyr algumas vezes em sua residência. Meu estilo é olhar, escutar, apreciar e aprovar, mas só depois de algum tempo poderei realmente contribuir com a Igreja Diocesana. Estou de coração aberto, amando, colaborando com todos/as na sabedoria do Senhor”.

O Diocesano: Vem aí o 7º MUTICOM Brasileiro. Como o senhor avalia a comunicação na Igreja e a PASCOM? 
Dom Francisco: “Infelizmente não poderei participar do 7º MUTICOM, porque estou em um processo de transição de Pesqueira (PE) para Volta Redonda (RJ). Quanto à comunicação e à PASCOM, em Pesqueira evoluímos bastante, lançamos o jornal CONVIVER, com oito páginas, um site www.diocesedepesqueira.org porque percebemos um amadurecimento para a PASCOM, que é extremamente necessária e imprescindível na Igreja; num mundo pós-moderno, precisamos dialogar com a cultura midiática, nos meios de comunicação, mas não nos esquecendo da missão de Cristo, anunciando-O na verdade e, acima de tudo, em defesa dos pobres e excluídos, a favor da justiça”.

O Diocesano: Em agosto a juventude vai se encontrar com o Papa, na Jornada Mundial da Juventude. Como o senhor vê a realidade da juventude brasileira? 
Dom Francisco: “Felizmente vou participar da Jornada Mundial da Juventude, em Madrid. A realidade da juventude é parecida em todos os países. Vejo com esperança a juventude, pois nela apostei muito, em Pesqueira (PE), embora a resposta não tenha sido a que esperávamos, mas valeu a pena. O importante é que o jovem não perca a esperança e saibamos evangelizar de acordo com suas perspectivas, porque nós é que devemos nos converter à juventude, respeitar a cultura juvenil, dialogar, conhecer, conviver e aceitar. Eles devem ser atingidos com suas características, sua linguagem própria, devemos amá-los e ajudá-los, principalmente aqueles que estão em situações críticas, marginalizados/as, e não tiveram a mesma oportunidade social em relação à grande maioria. Disse uma vez em Pesqueira: 'Jovens, ajudem-nos a descobrir os caminhos para a evangelização atual da juventude'. A Igreja precisa escutar a voz da juventude”.

O Diocesano: Os pobres e excluídos são os preferidos de Deus. Como o senhor destaca esta fidelidade ao Senhor na missão da Igreja no mundo? 
Dom Francisco: Na última Assembleia dos Bispos (49ª) reafirmamos e frisamos a opção evangélica pelos pobres. Houve uma diminuição do índice de pobreza no país, temos que reconhecer que melhorou a qualidade de vida, mas não podemos esquecer que persistem mais de 30 milhões de pessoas em situação de miséria no Brasil; nesse aspecto, a Igreja tem muito a fazer em conjunto com o poder público, em todas as esferas sociais. Temos que ser a voz dos pobres, a partir deles mesmos. Não devemos tratá-los simplesmente como objetos de nossa ação. Devemos ajudá-los a ser sujeitos da sua história, a ser construtores da dignidade, a trabalhar pela cidadania plena que é direito de todos e sem distinção.

O Diocesano: O senhor foi escolhido para a Comissão de Ecumenismo e Diálogo Interreligioso da CNBB. Qual a sua expectativa de animar este assunto no país? 
Dom Francisco: “É verdade, na última Assembleia dos Bispos fui escolhido porque já fazia parte também desta comissão. Vi com surpresa a vontade dos bispos e ao mesmo tempo como um desafio conjunto, porque o diálogo interreligioso não deve ser encarado como uma estratégia na Igreja. Jesus não interrompeu o diálogo com ninguém, não viu antagonismos, nem tampouco incentivou uns contra os outros, mas lançou pontes, com respeito à diversidade na unidade. Quem não é ecumênico não é evangélico! Temos que respeitar as religiões tradicionais como o Budismo, Islamismo entre outros, mas, é claro, sem perder a identidade católica; partilharmos nossas riquezas, colher de outras pessoas para nos enriquecer, não devemos caminhar na contramão; vejam bem como a sociedade evoluiu para o diálogo, com os meios de comunicação de massa, como a internet, rede de compartilhamento em nível popular. Nas catástrofes naturais, como nas enchentes, nos deslizamentos de terra na região Serrana, a solidariedade nos impulsiona a ser dialogais, superando quaisquer limites”.

Dom Francisco vai tomar posse com Missa no dia 28 de agosto, às 10h, na Ilha São João, Volta Redonda. Nos dias 7, 8 e 9 de julho visitará a Diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda, quando serão programados encontros com as lideranças pastorais.

Fonte: O Diocesano


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