sexta-feira, 27 de junho de 2014

ESTÁTUA EM HOMENAGEM A DOM WALDYR É INAUGURADA EM VOLTA REDONDA

Volta Redonda - RJ
O bispo emérito de Barra do Piraí - Volta Redonda, dom Waldyr Calheiros, falecido aos 90 anos, em novembro do ano passado, foi homenageado pela prefeitura de Volta Redonda nesta sexta-feira, 26. Uma estátua em tamanho real do religioso, esculpida pela artista plástica Dilma Carvalho, foi instalada na Praça Juarez Antunes, na Vila Santa Cecília.

O bispo era conhecido pelo engajamento em movimentos sociais e por ter apoiado perseguidos políticos e lutado pelo direito dos trabalhadores. Dom Waldyr teve uma importante atuação nas negociações para o fim da greve dos trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1988, quando três operários morreram.

Nascido em 29 de julho de 1923 e natural de Murici (AL), Dom Waldyr é o quinto filho de sete, que moravam em uma casa humilde na roça, a oito quilômetros da cidade. Mudou-se para Maceió aos 13 anos, quando começou a estudar no seminário local. Aos 17 anos, com o ginásio concluído, veio para o Rio de Janeiro atendendo a um convite de uma tia, e começou a estudar no seminário de São José. Em 1948 foi ordenado padre, e o exercício do sacerdócio foi iniciado na Arquidiocese do Rio. Em 1964, durante a ditadura militar, foi chamado pelo papa para ser bispo. A partir daí, ficou como auxiliar do cardeal dom Jayme de Barros.

Chegada em Volta Redonda
A chegada de dom Waldyr a Volta Redonda foi em 1966, quando assumiu a Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda, onde realizou trabalhos religiosos até o seu afastamento, aos 75 anos. Mesmo após ser afastado, ele preferiu continuar morando na cidade, onde morreu no dia 30 de novembro do ano passado, após o agravo de uma pneumonia.

A luta contra a ditadura
Durante o tempo em que esteve à frente da Diocese Barra do Piraí - Volta Redonda, dom Waldyr ganhou o apelido de "bispo de sangue" em virtude das lutas, por meio da igreja, pelos menos favorecidos. Em entrevista ao site "Quem tem medo da democracia", dom Waldyr criticou a Ditadura Militar de 1964, e a considerou um atraso para o desenvolvimento do país.

Ele faleceu acreditando na Comissão da Verdade. Ainda em entrevista ao site, dom Waldyr afirmou que esperava que a Comissão não só descobrisse os criminosos, mas que fizesse justiça aos que ainda estão vivos. Segundo dom Waldyr, os torturadores tinham que ser julgados e punidos, pois, torturar uma pessoa é inadmissível, é um pedaço da sua carne sofrendo no outro irmão.

Fonte/Adaptação: Jornal Diário do Vale
Foto: Rádio Sintonia do Vale FM

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